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MOVIMENTO CAMPONÊS

Combate à fome no Haiti: centro agroecológico forma agricultores para produzir comida de verdade

Movimento Tet Kole mantém centro que treina agricultores e fornece sementes para o desenvolvimento da agricultura local

02.jul.2025 às 21h54
Atualizado em 04.jul.2025 às 20h17
Enviado especial a Pignon (Haiti)
Rodrigo Durão
Combate à fome no Haiti: centro agroecológico forma agricultores para produzir comida de verdade

Centro produz centenas de sementes que são repassadas a agricultores locais - Rodrigo Durão/Brasil de Fato

O Haiti passa por uma crise institucional de longa duração, que afeta a capacidade do país de alimentar a própria população. Para lutar contra esse cenário, organizações do país vêm construindo soluções próprias para combater a crise alimentar aguda que atinge a população. Uma delas é o Centro Jean Marie Vincent, iniciativa que, em dois anos, já formou e municiou mais de 70 agricultores com sementes e técnicas agrícolas.

“A ideia é que os camponeses, mais do que ter comida de verdade e sem agrotóxicos para comer, alimentem suas comunidades, transmitam esse saber que respeita a terra, funciona e está em harmonia com nossa cultura”, disse Jonas Paul, dirigente do movimento Tet Kole, organização responsável pelo centro, que trabalha para promover a agricultura sustentável, a reforma agrária e a soberania alimentar, responsável pela iniciativa.

As verduras, frutas, legumes, tubérculos e hortaliças são cultivados na região rural de Pignon, norte do Haiti. O centro fornece sementes para essas culturas para os agricultores, para que possam se aproximar da autossuficiência alimentar, um dos pilares do Tet Kole. Tudo é produzido sem agrotóxicos, com uso de resíduos orgânicos como fertilizantes naturais.

“Respeitamos a natureza. Além da produção de alimentos, cultivamos uma agrofloresta, para que todo o processo seja sustentável. Além de plantar, desenvolvemos sistemas de irrigação – essa é uma região historicamente seca – para que não sejamos prejudicados em épocas de escassez de água”, explica Jonas Paul.

“Essa é toda uma forma de plantar ao mesmo tempo ancestral, e adaptada às mudanças climáticas”, completa.

O bagaço da cana – cultivada para açúcar e o famoso rum haitiano – é fertilizante natural para outros plantios

Início clandestino

“Que cada camponês tenha sua própria terra” foi um dos motes do Tet Kole, em sua fundação em 1977. A época era dura – com a ditadura brutal e pró-EUA de Baby Doc. O movimento nasceu clandestino e assim permaneceu até a deposição do déspota que havia herdado o controle do país de seu pai, François Duvalier, conhecido como Papa Doc, em 1986.

“Os camponeses sempre foram os menos favorecidos no país, e uma das bandeiras iniciais do Tet Kole foi igualdade de direitos para eles”, explica Bellot Fontulmé, integrante do movimento. “Hoje somos em 120 mil, estamos por todo o país e somos associados a movimentos irmãos na luta contra projetos anti-povo”, explica ele.

“A ideia é convencer o Estado de que somos um modelo a ser seguido, por respeitar a natureza, alimentar a população de forma saudável e barata. Promovemos economia solidária e defendemos a total inclusão feminina”, completa Fontulmé.

Integrantes do Tet Kole e do MPP no Centro Agroecológico de Pignon | Rodrigo Durão/Brasil de Fato

“No momento, estamos ampliando esse centro, temos agrônomos estudando a forma mais racional de expandir as culturas e formar cada vez mais pessoas.”

Centro em Porto Príncipe

O centro em Pignon não foi o primeiro do gênero. Um projeto similar foi aberto a 22 quilômetros da capital, Porto Príncipe, um ano após a legalização do movimento Tet Kole, em 1987. Desde então, muitos agricultores foram formados e o resultado é que, após o colapso de uma autoridade central nos últimos anos, são essas pessoas que vêm alimentando o país e evitando um desastre maior.

O centro inicial foi fechado por causa da violência das gangues, que escapou do controle em 2024. A unidade de Pignon carrega agora a tarefa de transmitir o conhecimento e ser alicerce para os agricultores da região, que utilizam seu banco de sementes.

A luta para manter a produção segue apesar dos que jogam contra. Gente grande como a Monsanto. Poucos anos após o devastador terremoto de 2010, agricultores haitianos souberam que receberiam “um presente”: 500 toneladas de sementes devidamente patenteadas pela multinacional dos EUA.

Vale lembrar que a introdução de tais sementes em um ambiente orgânico altera o equilibrio dos ecossistemas, impossibilitando por vezes a convivência com as culturas tradicionais. Ou seja, num só golpe, o “presente” tornaria os haitianos clientes e dependentes das sementes de laboratório estadunidenses.

“Investigamos essas sementes, vimos que elas não davam resultado e expicamos isso aos camponeses. Fizemos uma marcha de 20 mil pessoas e o resultado é que conseguimos frear essa ideia, que teria prejudicado ainda mais as pessoas”, explica Chavannes Jr. Baptiste, fundador, porta-voz e integrante da direção executiva do Mouvman Peyizan Papay (MPP, Movimento Camponês Papay, em tradução livre), outro movimento popular historicamente protagonista no Haiti.

Movimentos debatem o país

Cercados pelas montanhas verdejantes e pela natureza opulenta de Pignon, as lideranças camponesas do país debatem saídas para a crise haitiana. Uma das certezas é que a solução deve necessariamente ter a população local como protagonista e que o ciclo brutal de dominação armada estrangeira deve parar. Dos outros países querem só uma coisa: solidariedade.

“Há um ditado no Haiti que diz que: ‘quando há manga, ninguém passa fome'”, explica Wallens Merrien, também do MPP, ao pé de uma mangueira carregada.

O país pode atravessar uma crise invisibilizada no exterior, que prefere reduzir o país a uma nação cronicamente inviável, onde esforços de ajuda são inúteis. Mas o chamado “país mais pobre do Hemisfério Ocidental” – outro rótulo que reforça a noção de impotência de quem vê de fora – mostra que desenvolve soluções para seus próprios problemas e tem muito o que ensinar ao resto do mundo.

Ditado popular do Haiti diz que “quando há manga, não há fome” | Rodrigo Durão/Brasil de Fato
Editado por: Thalita Pires
Tags: agroecologiahaiti
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